O ressurgimento dramático do Token CRO: uma governança comunitária bastante controversa

Recentemente, ocorreu um evento que chamou a atenção no mundo das criptomoedas. Um projeto de blockchain da conhecida plataforma de negociação Cronos apresentou uma proposta surpreendente: reemitir 70 bilhões de CRO tokens que já haviam sido destruídos anteriormente. Esse número equivale a 3,3333 vezes a quantidade atualmente em circulação, e na verdade, representa 70% do total de tokens que foram destruídos antes da reemissão.

Esta proposta, uma vez anunciada, gerou imediatamente uma enorme controvérsia e questionamentos na comunidade. Muitos profissionais da indústria afirmaram que esta abordagem é sem precedentes, podendo até ser considerada um desafio à imutabilidade da blockchain.

Apesar da forte oposição da comunidade e de líderes de opinião do setor, a plataforma mantém a sua posição. Em discussões públicas subsequentes e entrevistas com a mídia, os altos executivos da plataforma chegaram mesmo a afirmar abertamente: "Acredite em nós, ou venda os seus Tokens". Esta postura firme intensificou ainda mais os conflitos na comunidade.

No início da votação, os votos contra tinham uma vantagem absoluta, e a participação na votação ainda estava longe do limiar de eficácia. No entanto, pouco antes do final da votação, de repente, 33,5 bilhões de CRO entraram no pool de votação, todos votando a favor. Há rumores de que esses tokens vêm de nós controlados pela plataforma, e esses nós detêm quase 70%-80% dos direitos de voto.

Esta operação levantou questões sobre o que se chama de "votação descentralizada". Após a divulgação dos resultados da votação, a comunidade CRO mergulhou no caos, e a alta administração da plataforma tornou-se o alvo de críticas.

Ao rever a evolução do CRO, pode-se notar que este não é o primeiro evento a provocar resistência na comunidade. O antecessor do CRO é o projeto MONACO (MCO) de 2017, que se focava em serviços de cartões de pagamento em criptomoeda. Em 2018, o projeto passou por um upgrade de marca, mudando para a plataforma conhecida atualmente. No final do mesmo ano, a plataforma lançou o token CRO sob o nome de ecossistema.

Em agosto de 2020, a plataforma anunciou que integraria o Token MCO ao sistema CRO, o que gerou uma enorme controvérsia na época. Em fevereiro de 2021, a plataforma anunciou que, para abraçar a governança descentralizada, decidiu destruir 70% dos Tokens.

No entanto, apenas quatro anos depois, a plataforma propôs a reemissão dos tokens anteriormente destruídos sob a justificativa de apoiar ETFs. Mais confuso ainda, no dia seguinte à aprovação da proposta de reemissão de 70 mil milhões de CRO, a equipe da Cronos apresentou uma nova proposta para destruir 50 milhões de CRO.

Esta série de operações suscitou uma profunda reflexão na indústria sobre o valor central da blockchain: se os tokens que já foram destruídos podem ser cunhados novamente, qual é o significado da imutabilidade da blockchain? Esta controvérsia irá, sem dúvida, provocar uma discussão prolongada na comunidade de criptomoedas.